No dia 8 de dezembro, um dos eventos mais importantes do mercado de Tech e Venture Capital (VC) da América Latina completa 3 anos: o IPO do Nubank. Nesta data, em 2021, o banco roxinho fazia sua estreia na NYSE (Bolsa de Valores de NY) cercada por muita polêmica e críticas, no final de um dos maiores ciclos de valorização de tech na bolsa. A oferta não foi fácil, a empresa cortou seu valuation na reta final em quase 20%, para cerca de US$ 40 bilhões, um valor considerado absurdo pela grande maioria dos analistas e investidores brasileiros, que consideravam surreal o roxinho valer mais que grandes bancos como Itaú e Bradesco.
Mas ser investidor de Venture Capital significa pensar de forma diferente, enxergar o futuro e as reais oportunidades, e não se prender a análises tradicionais. Indo contra a corrente, defendemos nossas convicções e nos posicionamos como um dos investidores que mais acreditaram no potencial do ativo. Primeiro, publicamos um artigo, depois concedemos diversas entrevistas para veículos especializados, e, por fim, demonstramos nossa confiança com o próprio bolso, ao investir diretamente no papel.
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(Albino) lembra que o Nubank tem cartão de crédito, conta, seguros, investimentos e seu prospecto do IPO indica que o banco deverá entrar também na atividades de e-commerce, saúde e telecomunicações. Portanto a possibilidade de crescimento do negócio é elevada, o que leva a uma avaliação de valor de mercado bilionário. Ele diz que comparar o valor de mercado de Itaú e do Nubank, após o IPO, é como colocar lado a lado "maçãs e bananas". São negócios diferentes.
O Globo 30/11/2021
A diferença de visão era simples: os analistas tradicionais de mercado acreditavam que o Nubank era um banco e, como qualquer instituição financeira “normal”, deveria ser analisado com base em seus lucros (que, na época, era prejuízo), patrimônio e nos riscos associados ao crescimento. Segundo essa visão, crescer significa emprestar mais dinheiro, assumindo maiores riscos, o que resultaria maior inadimplência e queda de rentabilidade. Para agravar a situação, o Nubank ainda dependia do cartão, que representava 64% da receita em 2020.
A nossa visão, porém, era diferente: o Nubank não era apenas um banco, mas uma empresa de tecnologia que opera como uma plataforma (batizada pela empresa de NuCore) que entrega serviços B2C através do mobile. Com alto grau de integração, escalável e centrada no cliente, a plataforma entrega soluções com UI e CX muito superiores às dos concorrentes, proporcionando uma experiência melhor a um custo altamente escalável.
O primeiro “produto” da plataforma foi o cartão, que se mostrou um sucesso absurdo. Em seguida, veio a NuConta, que rapidamente superou os “bancões” tradicionais e se tornou a conta primária de uma parcela relevante da população. A grande aposta, então, era acreditar que novos produtos seriam lançados, focando em grandes mercados onde clientes era “maltratado” por incumbentes. Ainda em 2021, já aventavamos a ideia de o Nubank entrar no setor de telecom, outro grande mercado de B2C, onde os clientes eram maltratados pelos incumbentes. Essa visão se concretizou com o lançamento do produto NuCel em 2024.
E como uma empresa de tecnologia disruptiva, a visão do Nubank era pensar e agir de forma diferente dos grandes bancos tradicionais, entregando um nível de serviço muito maior com um custo menor. A própria plataforma de análise de crédito do banco era diferente: a chamada NuX , era baseada em AI e ciência de dados, muito antes de falarmos de ChatGPT e afins, coletando 11 mil data points de cada cliente! A expectativa era que essa abordagem tecnológica pudesse gerar resultados muito diferentes daqueles que o mercado financeiro brasileiros estava habituado.
Pode parecer uma visão lúdica, ou um discurso para vender ações, mas o nosso time se apoiava em fatos concretos para defender essa tese. No IPO, dos 5.403 funcionários do Nubank, impressionantes 26% eram do time de tecnologia - 1.421 pessoas espalhadas pelo mundo. Em comparação, Itaú tinha cerca de 10% de seus funcionários nessa area, e o Bradesco menos de 5%. Enquanto o core bancário da maior parte do mercado financeiro é antigo, e uma verdadeira colcha de retalhos, a plataforma NuCore foi desenvolvida com tecnologia modernas como Clojure e bancos de dado em Datomic, com linguagens mais simples e menos suscetíveis a erros.
E a inovação não parava por aí. Em 2020, Nubank fez a aquisição da empresa Cognitec, nada mais, nada menos que os criadores desta linguagem e da tecnologia de banco de dados. Com essa aquisição, o Nubank trouxe para dentro de casa o controle da tecnologia, formando o melhor time possível e eliminando a dependência de terceiros.
Outro fator que considerávamos decisivo no sucesso do Nubank era o time. Como qualquer empresa tech ou startups, o time faz toda a diferença. No caso da Nubank,, e o alto nível de gestão e do conselho era incomparável no cenário nacional. Todo mundo vai lembrar da Anitta no Board, ela dividia espaço com nomes de peso, como o ex-CEO da Coca-Cola mundial, ex-presidente do BID e até Doug Leone, aquele que é considerado por muitos, o maior Venture Capitalist de todos os tempos. No time de gestão, além dos fundadores, havia profissionais de calibre internacional, o ex-head de estratégia do Google e ex-diretor global de produto do Facebook, ex-CTO do Booking.com, além de executivos globais de bancos e empresas de tech.
De maneira geral, analistas do mercado de bolsa não avaliam esses fatores, e acabavam avaliando o negócio da forma tradicional, o que fazia o valuation parecer absurdo. Por outro lado, nós comparávamos com empresas Tech, que na época, mostrava que o preço parecia justo e as oportunidades de crescimento eram gigantes.
Exatos três anos após seu IPO, o Nubank reafirma a essência das empresas de tecnologia: resiliência e capacidade de adaptação. Enfrentando o estouro da "bolha tech" em 2022 e um cenário macroeconômico desafiador no Brasil e na América Latina, a empresa manteve o foco em seu core business, entregando uma experiência inovadora e desafiando os padrões dos incumbentes. Essa determinação e agilidade, características marcantes do setor de tecnologia, consolidaram o Nubank como o banco brasileiro mais valioso na bolsa – um reconhecimento construído por méritos incontestáveis.
- Continua entregando uma UX única para seus clientes: liderando com folga entre os grandes bancos o nível de satisfação (ReclameAqui) e se tornando o banco principal de 27% dos brasileiros, contra 15% do Itaú.
- Como uma empresa de tech, consegue entregar seus produtos de maneira única, quebrando paradigmas, e o resultado vem nos números: o retorno (ROE) atingiu 33%, enquanto Itaú abaixo dos 23%, com um crescimento da Carteira de crédito de 47% (yoy), contra 10% do bancão. O mundo em que crescer significa perda de rentabilidade pertence aos bancos, não a uma empresa tech.
E o futuro?
Continuamos extremamente otimistas com o futuro do Nubank, principalmente porque as premissas que levaram o banco até aqui permanecem sólidas. Ainda existem muitos mercados grandes onde clientes são mal tratados (no Brasil e especialmente Latam), a empresa ainda segue focada e entregando sua premissa core, e o mais importante: os founders permanecem ainda na linha de frente, garantindo que o espírito de startup siga firme e forte.
Longa vida ao Nubank, longa vida aos que querem disruptar grandes indústrias e entregar valor aos clientes. E parafraseando Steve Jobs: longa vida aos loucos, desajustados, rebeldes e inquietos que querem criar, investir, apoiar e acreditar no potencial transformador dessas startups!
https://blog.nubank.com.br/o-que-e-clojure/
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